Pensar é estar doente dos olhos.
Disto o “Pessoas” já sabia
e lá estava ele,
doente.
Quero parar de pensar
Não penso se distraído
Penso quando o sentir me trai
Penso quando da minha boca
Ambígua e feminina
A voz evasiva sai
Os sentidos quando ausentes
Vago entre o sim
E o não de um sonho
Adivinhando o som
De uma das mãos
Ao encontrar a outra
Quando ausentes
Permaneço em silêncio
Como quem flutua
Abrandando o tempo
Quando ausentes
Me lanço ao caos
Para um lugar incerto
Que há entre o zero e o Ás
Quero aqui fazer uma canção pra os sentidos
Mas não cantarei quaisquer sentidos
Apenas os bons
Cantarei aqueles que me presenteiam
Com textura fina e branca da pele de quem amo
E com o perfume do meu Saint Laurent Francês
Cantarei os que me permitem
A Valsa Brasileira do Chiquedu
E o agridoce de fruta dormida do acordar a dois
Cantarei
Ah! sim - cantarei
Os que me garantem ser
A visão do desejo nos olhos do meu amor.
No mais, à moda Zé, estou indo embora...
(Antonio Carlos Borges)
Itaipuaçu 30/03/2009
Niteroi 16/06/2009