domingo, 26 de abril de 2009

Do Pessoa ao Zé




Pensar é estar doente dos olhos.

Disto o “Pessoas” já sabia
e lá estava ele,
doente.

Quero parar de pensar
Não penso se distraído
Penso quando o sentir me trai

Penso quando da minha boca
Ambígua e feminina
A voz evasiva sai

Os sentidos quando ausentes
Vago entre o sim
E o não de um sonho
Adivinhando o som
De uma das mãos
Ao encontrar a outra

Quando ausentes
Permaneço em silêncio
Como quem flutua
Abrandando o tempo

Quando ausentes
Me lanço ao caos
Para um lugar incerto
Que há entre o zero e o Ás

Quero aqui fazer uma canção pra os sentidos
Mas não cantarei quaisquer sentidos
Apenas os bons

Cantarei aqueles que me presenteiam
Com textura fina e branca da pele de quem amo
E com o perfume do meu Saint Laurent Francês

Cantarei os que me permitem
A Valsa Brasileira do Chiquedu
E o agridoce de fruta dormida do acordar a dois

Cantarei
Ah! sim - cantarei
Os que me garantem ser
A visão do desejo nos olhos do meu amor.

No mais, à moda Zé, estou indo embora...

(Antonio Carlos Borges)

Itaipuaçu 30/03/2009

Niteroi 16/06/2009

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.”
(Clarice Lispector)