quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Parece que existem partes do meu organismo que não funcionam como deviam. Não é uma grande novidade.
Há coisas no meu corpo que parecem ter vida própria.
Em breve serei outra vez analisada, vários componentes do meu organismo serão medidos.
Aborrece-me essa perspectiva, embora já devesse estar habituada. Mais do que a intrusão de agulhas, ondas sonoras, na minha intimidade, chateia-me o fato de não medirem nada convenientemente.
Nunca conseguem medir o meu medo naquela altura, maior do que o medo de estar perdida num espaço que não conheço, maior do que os medos da infância.
Nunca conseguem medir os meus desejos, os meus sentimentos, a minha vontade de viver, contrariando aqueles valores de referência, não conseguem de todo medir os meus afetos.
Irão dizer, uma vez mais, que o meu coração tem uma forma invulgar, que lhe dá um ritmo próprio.
Acho que sempre desconfiei disso, o meu coração não está de acordo com as normas vigentes, bate ao seu ritmo, não a um compasso estudado e estereotipado, tem também vida própria.
Sempre o suspeitei.

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