Para um amigo que aprendeu a voar.
Houve um tempo de Alfonso e Alfonsin
De Venina e Veridiana
De Jayme e Penha
De Antonio e Marco Antonio
Hoje é o tempo de Arthur e Yasmim
Nas vozes de Arthur e de Yasmim
Ecoam os versos dos Alfonsos, das Veninas e das Penhas
Velhos desejos vestidos de desejo novo
Fragmentos dos sentidos dos avós, das bisavós
Restos de desejo desejado
Heranças
Quando os ouço, dizem-me:
Estudar, trabalhar, casar, ter filhos
Falar bem o Português
E também falar Inglês e Mandarim
Ler os clássicos, os filósofos,
Não ter preconceitos: ler também a Veja, a Piauí, a Folha de São
Paulo...
A Caras, não fica bem!
Não poluir e não fumar
Malhar, correr e saber fazer Yoga
Lavar as mãos antes e escovar os dentes após comer
Não xingar nos jogos de futebol
Rir baixo para que o visinho não perceba que é infeliz
[E só escrever vizinho com "s" se a poesia der a licença.
Me disse o professor do conto do papagaio
que mesmo sem asa, voa.]
Eles creditam na felicidade em forma de mala
Enchem-na, carregam-na
Tornam-se reféns dela.
Que desejo é esse que cede, ao dever, o seu lugar?
Quero o desejo ardido
O desejo filho da falta
O desejo que não se dobre
Que não se submeta
O desejo que se permita trocar de objeto
E que se assuma inconstante, variante, vacilante
Assumidamente insaciável
Desejo fórmula de Química Inorgânica
Que se vá!
Desejo bula de remédio
Que se vá!
Desejo controlado e medido
Que se vá!
Quero o desejo livre da verdade
Livre da vontade aprendida
Livre do olho que não vê e da boca que não fala
Quero o desejo puro
Flecha disparada que perde o alvo
Traça um arco
E goza.
Icaraí – 04/10/2011
Itaipuaçu – 25/10 –
07/11 – 12/12/2011
Barreto 31/05/2012
"Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores". (Lya Luft)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
As cidades in - visíveis
Há muitas cidades em mim
Cidade homem
Cidade mulher
Cidades de Ítalo Calvino
... de São João
... de São Sebastião do Rio de Janeiro
Algumas têm cheiro doce
Aninham-se dentro de mim
Se encaixam
Outras irritam e arranham
Arrepiam-me a pele
Me explodem
Enquanto eu,
viajante,
passeio.
viajante,
passeio.
Icaraí –
04; 07; 16; 25/10/2011
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sexta-feira, 20 de maio de 2011
Chocolate
Comendo chocolate e pensando em você,
Derretendo em minha boca,
Lambuzando meus dedos,
Deixando gosto doce de prazer.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Sete Estrelas
Eu sou a música da gente quando nua e crua
Escorro do nariz do pobre quando ele se assua
Sou Carolina na janela desejando a rua...
Com a solitude eu ando acompanhado
Cada virtude minha é um pecado
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou o cachorro na viela cobiçando a lua
Sou o vermelho da donzela quando ela menstrua
O amassado na baixela feito com gazua...
A solitude eu quis por companheira
Toda mentira minha é verdadeira
Trepadeira, borda folha feito ponto macramé:
É um mistério de se ver
E uma lição para se aprender
- Pior que a morte é desviver
Varejeira faz zoeira
No monturo do meu coração
Sete estrelas eu quisera
Sete vezes azuis sentinelas do meu violão
Eu canto a lágrima e o sal que o triste chora e sua
Eu sou a fome que há na santa quando ela jejua
O grito doido na garganta de uma cacatua...
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou a paixão que faz sequela quando pega e encrua
Eu sou o monstro da lagoa quando ele flutua
Se tu disser que é minha, eu digo que é a tua...
Trepadeira borda folha feito ponto macramé
É um mistério de se ver
E uma lição pra se aprender
- Pior que a morte é desviver
Trepadeira tece esteira
Nas paredes do meu coração:
Sete estrelas benfazejas
Sete vezes irmãs sentinelas do meu violão.
(Aldir Blanc)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Nas Profundezas da Alma Humana
Bela entrevista com a maravilhosa escritora Lya Luft. Imperdível!!!!
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110425/not_imp710389,0.php
Que horror é o mundo!”. O autor destas palavras, o escritor argentino Ernesto Sábato, morreu neste sábado de madrugada aos 99 anos de idade. No dia 24 de junho teria completado um século de existência.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Síncope

Intervalar
Como o momento se liga ao devir
Quero estar na coma que precede o tom
No vão das coisas que vão
Antonio Carlos Borges Campos
26/04/2011
Icaraí
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segunda-feira, 18 de abril de 2011
Negro

Acho que o fundo é negro...
ou Dark, como preferirem
Eu preciso do fundo negro para ver a luz que emerge.
Agora sim: Fiat Lux!
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Quem é ela?
Ali está ela!
Em suas mãos de Ana
eu vejo ouro e lataDe sua voz de Nanda
ouço o conto da Marta
Da Marta Maria Rosa
da rua,
que no cabelo prata,
traz a marca da lua
Será que ela é feita de Anas
e Martas
e Marias
e Nandas
e Rosas que perfumam e queimam em chama?
E quando a Marta se deita,
com quantas Anas se encontra?
Com quantas Rosas se
arranha?
Itaipuaçu – 24/06/2010
Nierói - 07/10/2011
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Autocrítica
O passeio

Há um momento em que já não se sabe mais de qual ponta da guia parte o comando...
...seguimos guia(n)do.
Icaraí, 22 de fevereiro de 2011
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