"Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores". (Lya Luft)
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Sete Estrelas
Eu sou a música da gente quando nua e crua
Escorro do nariz do pobre quando ele se assua
Sou Carolina na janela desejando a rua...
Com a solitude eu ando acompanhado
Cada virtude minha é um pecado
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou o cachorro na viela cobiçando a lua
Sou o vermelho da donzela quando ela menstrua
O amassado na baixela feito com gazua...
A solitude eu quis por companheira
Toda mentira minha é verdadeira
Trepadeira, borda folha feito ponto macramé:
É um mistério de se ver
E uma lição para se aprender
- Pior que a morte é desviver
Varejeira faz zoeira
No monturo do meu coração
Sete estrelas eu quisera
Sete vezes azuis sentinelas do meu violão
Eu canto a lágrima e o sal que o triste chora e sua
Eu sou a fome que há na santa quando ela jejua
O grito doido na garganta de uma cacatua...
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou a paixão que faz sequela quando pega e encrua
Eu sou o monstro da lagoa quando ele flutua
Se tu disser que é minha, eu digo que é a tua...
Trepadeira borda folha feito ponto macramé
É um mistério de se ver
E uma lição pra se aprender
- Pior que a morte é desviver
Trepadeira tece esteira
Nas paredes do meu coração:
Sete estrelas benfazejas
Sete vezes irmãs sentinelas do meu violão.
(Aldir Blanc)
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