Pensar é Transgredir
"Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores". (Lya Luft)
segunda-feira, 24 de março de 2014
sufoco destilado
não vai mais suspirar
nem perder fôlego, nem fala
cansou dessa agonia, do sufoco destilado
e dos remendos de mágoas
do seu passado imperfeito
que fazem a tela e o tecido
d’um eterno presente suspenso
mais nenhum ciranda-cirandinha
que o que era vidro se quebrou
rosinha largou do cravo
cuspiu amargo e se mandou
então lembrou dos dias de festa
de fantasia, lantejoulas, filó
sentindo a vaga alegria
dos cafunés no colo de vó
Angela Duarte
em julho de 2009
sexta-feira, 21 de março de 2014
Existe uma revanche
um encontro marcado
um encontro macabro
que vai ocorrer em breve
saudades serão matadas
Verdades serão reveladas
algumas pesadas... outras leves...
vergonha terei (se não for)
menos terei, (se faltar)
pois segredos, que só eu sei,
ou quem sabe,
sabe também você.(que, na revanche, também estará)
Bom, que sejam poucos ou muitos
se é pra ser uma revanche
que seja da vida inteira
pois sou um pouco de cada um que viveu meu mundo, mesmo que eu não goste, mesmo que eu não queira...
um encontro marcado
um encontro macabro
que vai ocorrer em breve
saudades serão matadas
Verdades serão reveladas
algumas pesadas... outras leves...
vergonha terei (se não for)
menos terei, (se faltar)
pois segredos, que só eu sei,
ou quem sabe,
sabe também você.(que, na revanche, também estará)
Bom, que sejam poucos ou muitos
se é pra ser uma revanche
que seja da vida inteira
pois sou um pouco de cada um que viveu meu mundo, mesmo que eu não goste, mesmo que eu não queira...
terça-feira, 18 de março de 2014
sábado, 27 de abril de 2013
faltam três minutos para eu morrer,
e não fiz quase nada que queria.
não sei se apenas intenção vale pelo fazer
ou se pra fazer tem que ser bem feito
e não fiz quase nada que queria.
não sei se apenas intenção vale pelo fazer
ou se pra fazer tem que ser bem feito
faltam três minutos para eu
morrer,
não plantei aquela enorme mangueira que eu sonhava
não aparei a grama do quintal
não coloquei grama do quintal
não plantei aquela enorme mangueira que eu sonhava
não aparei a grama do quintal
não coloquei grama do quintal
alias, não comprei a casa com quintal...
não amei o amor infinito
não conheci a dor do parto
graças a deus...
e aquela resposta ainda está entalada na minha garganta...
e aquela pergunta - eu nem lembro mais qual era -
e nem dá tempo de lembrar porque
só faltam três minutos pra eu morrer...
e eu não perdoei você, eu não
disse que te amo - disse, mas queria dizer de novo -
e não fiz tantas e tantas coisas
e outras coisas que nunca mais vou poder fazer
e não fiz tantas e tantas coisas
e outras coisas que nunca mais vou poder fazer
como forma de desculpas,
poderia ter escrito
um testamento do que podia ter feito,
mas faltam três minutos pra eu
morrerum testamento do que podia ter feito,
e não vai dar tempo de terminar de escrever...
Túlio Ribeião
sexta-feira, 26 de abril de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Meu nome é Maria
sou filha da cria
e criei ...
sonhos infantis
ilusões adolescentes
vida de mulher
Meu nome é Maria
aquela que vive
sobrevive
inventa
reinventa
transforma
Meu nome é Maria
as horas me pertencem
do sol ao clarão da lua
a chuva germina e cresce
o que não me seca
refaz
Meu nome é Maria
sou filha da cria
e criei ...
amores
força e
fé
Meu nome é Maria
A Dona sou eu.
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Carla Maria Fonseca Marques
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Concreção
A palavra persegue o poeta até que ele a sinta e a concretize.
23-25/02/2013
01/03/2012
Itaipuaçu
01/03/2012
Itaipuaçu
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Antonio Carlos Borges
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Compasso
Gosto da vida
Como gosto da música
Com rítmo e harmonia
Mas principalmente com pausas
Anonio C B Campos
Itaipuaçu 22/02/2013
Como gosto da música
Com rítmo e harmonia
Mas principalmente com pausas
Anonio C B Campos
Itaipuaçu 22/02/2013
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sábado, 12 de janeiro de 2013
O Bambu
Um dia me falaram da dignidade do bambu
Que se curva durante a tempestade
Mas não quebra
Pergunto:
Que dignidade há em se curvar?
Itaipuaçu
25/02/2013
Que se curva durante a tempestade
Mas não quebra
Pergunto:
Que dignidade há em se curvar?
Itaipuaçu
25/02/2013
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011
O desejo dos Alfonsins
Para um amigo que aprendeu a voar.
Houve um tempo de Alfonso e Alfonsin
De Venina e Veridiana
De Jayme e Penha
De Antonio e Marco Antonio
Hoje é o tempo de Arthur e Yasmim
Nas vozes de Arthur e de Yasmim
Ecoam os versos dos Alfonsos, das Veninas e das Penhas
Velhos desejos vestidos de desejo novo
Fragmentos dos sentidos dos avós, das bisavós
Restos de desejo desejado
Heranças
Quando os ouço, dizem-me:
Estudar, trabalhar, casar, ter filhos
Falar bem o Português
E também falar Inglês e Mandarim
Ler os clássicos, os filósofos,
Não ter preconceitos: ler também a Veja, a Piauí, a Folha de São
Paulo...
A Caras, não fica bem!
Não poluir e não fumar
Malhar, correr e saber fazer Yoga
Lavar as mãos antes e escovar os dentes após comer
Não xingar nos jogos de futebol
Rir baixo para que o visinho não perceba que é infeliz
[E só escrever vizinho com "s" se a poesia der a licença.
Me disse o professor do conto do papagaio
que mesmo sem asa, voa.]
Eles creditam na felicidade em forma de mala
Enchem-na, carregam-na
Tornam-se reféns dela.
Que desejo é esse que cede, ao dever, o seu lugar?
Quero o desejo ardido
O desejo filho da falta
O desejo que não se dobre
Que não se submeta
O desejo que se permita trocar de objeto
E que se assuma inconstante, variante, vacilante
Assumidamente insaciável
Desejo fórmula de Química Inorgânica
Que se vá!
Desejo bula de remédio
Que se vá!
Desejo controlado e medido
Que se vá!
Quero o desejo livre da verdade
Livre da vontade aprendida
Livre do olho que não vê e da boca que não fala
Quero o desejo puro
Flecha disparada que perde o alvo
Traça um arco
E goza.
Icaraí – 04/10/2011
Itaipuaçu – 25/10 –
07/11 – 12/12/2011
Barreto 31/05/2012
Houve um tempo de Alfonso e Alfonsin
De Venina e Veridiana
De Jayme e Penha
De Antonio e Marco Antonio
Hoje é o tempo de Arthur e Yasmim
Nas vozes de Arthur e de Yasmim
Ecoam os versos dos Alfonsos, das Veninas e das Penhas
Velhos desejos vestidos de desejo novo
Fragmentos dos sentidos dos avós, das bisavós
Restos de desejo desejado
Heranças
Quando os ouço, dizem-me:
Estudar, trabalhar, casar, ter filhos
Falar bem o Português
E também falar Inglês e Mandarim
Ler os clássicos, os filósofos,
Não ter preconceitos: ler também a Veja, a Piauí, a Folha de São
Paulo...
A Caras, não fica bem!
Não poluir e não fumar
Malhar, correr e saber fazer Yoga
Lavar as mãos antes e escovar os dentes após comer
Não xingar nos jogos de futebol
Rir baixo para que o visinho não perceba que é infeliz
[E só escrever vizinho com "s" se a poesia der a licença.
Me disse o professor do conto do papagaio
que mesmo sem asa, voa.]
Eles creditam na felicidade em forma de mala
Enchem-na, carregam-na
Tornam-se reféns dela.
Que desejo é esse que cede, ao dever, o seu lugar?
Quero o desejo ardido
O desejo filho da falta
O desejo que não se dobre
Que não se submeta
O desejo que se permita trocar de objeto
E que se assuma inconstante, variante, vacilante
Assumidamente insaciável
Desejo fórmula de Química Inorgânica
Que se vá!
Desejo bula de remédio
Que se vá!
Desejo controlado e medido
Que se vá!
Quero o desejo livre da verdade
Livre da vontade aprendida
Livre do olho que não vê e da boca que não fala
Quero o desejo puro
Flecha disparada que perde o alvo
Traça um arco
E goza.
Icaraí – 04/10/2011
Itaipuaçu – 25/10 –
07/11 – 12/12/2011
Barreto 31/05/2012
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
As cidades in - visíveis
Há muitas cidades em mim
Cidade homem
Cidade mulher
Cidades de Ítalo Calvino
... de São João
... de São Sebastião do Rio de Janeiro
Algumas têm cheiro doce
Aninham-se dentro de mim
Se encaixam
Outras irritam e arranham
Arrepiam-me a pele
Me explodem
Enquanto eu,
viajante,
passeio.
viajante,
passeio.
Icaraí –
04; 07; 16; 25/10/2011
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Antonio Carlos Borges
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Chocolate
Comendo chocolate e pensando em você,
Derretendo em minha boca,
Lambuzando meus dedos,
Deixando gosto doce de prazer.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Sete Estrelas
Eu sou a música da gente quando nua e crua
Escorro do nariz do pobre quando ele se assua
Sou Carolina na janela desejando a rua...
Com a solitude eu ando acompanhado
Cada virtude minha é um pecado
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou o cachorro na viela cobiçando a lua
Sou o vermelho da donzela quando ela menstrua
O amassado na baixela feito com gazua...
A solitude eu quis por companheira
Toda mentira minha é verdadeira
Trepadeira, borda folha feito ponto macramé:
É um mistério de se ver
E uma lição para se aprender
- Pior que a morte é desviver
Varejeira faz zoeira
No monturo do meu coração
Sete estrelas eu quisera
Sete vezes azuis sentinelas do meu violão
Eu canto a lágrima e o sal que o triste chora e sua
Eu sou a fome que há na santa quando ela jejua
O grito doido na garganta de uma cacatua...
Varejeira come lixo feito creme chantili
E que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou a paixão que faz sequela quando pega e encrua
Eu sou o monstro da lagoa quando ele flutua
Se tu disser que é minha, eu digo que é a tua...
Trepadeira borda folha feito ponto macramé
É um mistério de se ver
E uma lição pra se aprender
- Pior que a morte é desviver
Trepadeira tece esteira
Nas paredes do meu coração:
Sete estrelas benfazejas
Sete vezes irmãs sentinelas do meu violão.
(Aldir Blanc)
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Nas Profundezas da Alma Humana
Bela entrevista com a maravilhosa escritora Lya Luft. Imperdível!!!!
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110425/not_imp710389,0.php
Que horror é o mundo!”. O autor destas palavras, o escritor argentino Ernesto Sábato, morreu neste sábado de madrugada aos 99 anos de idade. No dia 24 de junho teria completado um século de existência.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Síncope

Intervalar
Como o momento se liga ao devir
Quero estar na coma que precede o tom
No vão das coisas que vão
Antonio Carlos Borges Campos
26/04/2011
Icaraí
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