quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Se eu fosse Deus...


Se eu fosse algum tipo de Deus (sim, caro leitor religioso, eu as vezes blasfemo e me imagino como Deus), apagaria em primeiro lugar toda forma de governo, órgão público ou organização privada, que mantivesse algum tipo de controle sobre o homem. Isso incluiria escolas, universidades, empresas, delegacias, hospitais e até partidos políticos. Nem as fronteiras seriam poupadas, nacionais, regionais ou continentais. Depois disso, acabaria com qualquer tipo de manifestação cultural, religiosa ou social, com os limites morais e qualquer coisa mais que limitasse a profundidade infinita que possuímos dentro de nós.Ao terminar de usar minha borracha divina, sobrariam apenas os homens, sozinhos no mundo e livres para criar e pensar.Com minha onisciência inerente a qualquer deus, veria então os homens, mesmo livres, fazendo e recriando tudo da mesma forma. Tomando as mesmas decisões erradas. Assim eu entenderia, que o homem não tem a capacidade de se gerir coletiva ou individualmente, que precisa de algo que o controle, algo em que acreditar para não ter de pensar na dor que é viver. Veria também que toda a baixeza e mesquinharia que é espalhada pelo mundo se faz necessária, para que do meio dela, possam nascer as virtudes grandiosas que são empunhadas por alguns indivíduos especiais que de vez em quando aparecem por aí. Finalmente, me daria conta de que não adianta apagar as coisas que regem o homem e dar lhe a liberdade. O que de fato adiantaria, seria apagar os próprios homens, deixando um ou outro escolhido, para que esses pudessem refazer a humanidade. Talvez até criar uma espécie nova. O homem é o ser perfeito para se lutar por liberdade, mas é o pior de todos quando a questão é aproveitar as que são conquistadas. Numa situação hipotética, onde o universo fosse totalmente explorado e centenas de planetas com vida inteligente já tivessem sido descobertos, nossa existência poderia talvez ganhar um significado concreto. Seríamos mercenários, contratados para lutar pela liberdade de outros planetas oprimidos por raças mais fortes. Nós faríamos o que sabemos de melhor, e os contratantes poderiam aproveitar sua liberdade da forma que melhor lhes apetecesse depois que a conquistássemos. Não quis perder muito tempo pensando nessa possibilidade de ser Deus, mas acho que seria mais ou menos assim minha experiência como Ele, bem curta.

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